segunda-feira, 31 de outubro de 2016

A Profecia - David Seltzer


Querendo aliar a época do ano a minha leitura atual, minha escolha para o mês do Halloween foi A Profecia, de David Seltzer.

O autor não perde tempo criando uma atmosfera sombria, ou preparando o leitor aos poucos para algum cliffhanger ou acontecimento inacreditável. A narrativa se inicia na sexta hora, do sexto dia, do sexto mês, o início do apocalipse, enquanto, em Roma, uma criança é apedrejada dentro de um porão.


Após o prefácio, conhecemos Jeremy Thorn, um dos possíveis sucessores da presidência dos Estados Unidos, que volta às pressas para Roma, ao saber do nascimento de seu filho, após varias tentativas do casal. Ao perceber que a criança não sobrevivera, Thorn é aconselhado por uma freira a trocá-lo por outro bebê que havia perdido a mãe há pouco. É assim que se iniciam as desventuras da família Thorn, enquanto Damien Thorn cresce e apresenta estranhos comportamentos. 


Paralelo ao eixo central, temos Haber Jennings, fotógrafo que se envolve no caso dos Thorn, ao perceber estranhas manchas em fotos relacionadas à família, unindo-se a Jeremy em uma viagem por Roma, atrás de respostas. Além disso, o autor nos traz também um pouco da história de Tassone, padre que se converte ao satanismo e recebe como função a implantação do apocalipse no mundo. 

Sendo extremamente sincero, não sei se tenho uma opinião objetiva sobre o livro. Dizer gostei \o/, ou não gostei :(, seria generalizar todos as impressões que tive ao longo da leitura. No início da obra, entramos de cabeça na família Thorn, sem conhecer muito de seu passado e as personalidades dos personagens são bem fortes e marcantes. Como já disse, os acontecimentos misteriosos ocorrem de forma bruta, sem preparar o leitor para a atmosfera de suspense, o que talvez diminua o impacto dos ocorridos. Após alguns capítulos, comecei a achar a história um pouco pacata e monótona, o contrário da minha expectativa, mas percebi que tal sentimento só surgiu pela fluidez com a qual o autor conta os eventos fantásticos, sem dar muita importância ao impacto de tais acontecimentos na vida e no psicológico dos personagens.



Embora esteja na capa da maioria de edições, Damien Thorn, o suposto filho de Jeremy e Katherine, mesmo sendo responsável por todos os ocorridos com a família, não recebe muita atenção do autor, sendo apenas um acessório que age por meio de outros personagens, o que se justifica um pouco apenas quando descobrimos quem são os verdadeiros pais da criança.

A obra foi adaptada para o cinema em 1976, com Gregory Peck e David Warner, além do remake em 2006, com Julia Stiles e Mia Farrow, uma boa opção pra quem quer um halloween mais tranquilo este ano :D

As luzes nas fotos são uma homenagem à Stranger Things, e a bebida da primeira é um Frapuccino de Halloween no Starbucks, com baunilha, morango e chocolate, que eu queria que fizessem o ano inteiro!

Até a próxima :D

TiagoValente



sábado, 8 de outubro de 2016

FOLKFOCANDO & KOMBINANDO - Dourovale

Foto do facebook: Bezão Folkeando
Saudade!
Saudade do quê?
Do que não vivi. De uma alegria presente como se fosse antiga. Já sentiu isso?
Sabe as margens do rio Mississipi?

Não essa coisa moderna. Penso no Mississipi dos tempos de “As Aventuras de Tom Sawyer”, do Mark Twain.

É dessa saudade não vivida que falo. E ela se confunde com a saudade de estrada. De sair sem destino e conhecer Urubici, Garibaldi, Camanducaia, Brotas, Corumbá de Goiás, Aquidauana... e por ai nos encontramos.
Antes eu pensava que saudade era sinônimo de velhice, mas não é; ou não é só isso. Saudade é mais do que lembrar. Saudade é reviver em espírito, em alma, em memória uma sensação vivida, inventada ou imaginada (escolha suas palavras), algo que nos transporte.
Eu tenho saudade livre de viajar numa Kombi. No toca-fitas Sá e Guarabira: “Apesar das minhas roupas rasgadas...” Zé Geraldo: “De onde venho não importa, já passou...” Boca livre: “sair por essa vida aventureira...” Raul Seixas: “Ói, óia o trem. Vem surgindo por trás das montanhas...” Gil: “Vamos fugir deste lugar, Baby...”
Estrada é novidade, conhecimento, amizade, recordações e descobertas.
Sendo mais atual, no cd ou pen drive podemos levar Zeca Baleiro: “Se não eu quem vai fazer você feliz?” Skank: “Vou deixar a vida me levar...” Vanguart: “Minh’alma, sabe que viver é se entregar...” O Teatro Mágico: “Veio de manhã molhar os pés na primeira onda...” Nô Stopa: “me deixa andar, eu deixo ir...”
Porém o que me trouxe essa saudade boa ontem não foi nenhum desses. Foi o grupo Folk na Kombi. Eles gravaram, no Auditório Ibirapuera, seu segundo dvd. Com participações especialíssimas do Super Zé Geraldo, a aventureira trupe  de O Teatro Mágico e a sereia celeste Nô Stopa.
Foto; Rosana Xavier

Impecável!
Imperdível!
Inesquecível!
As músicas te levam para um passeio ao mesmo tempo moderno e antigo pelo rio Mississipi, rio Aquidauana, São Francisco, Paraguai, ou sei lá qual rio... Ou Fernão dias, Régis Bitencourt, rodovias de Goiás, do Mato Grosso, Santa Catarina, Sergipe, Rio Grande do Sul. E a vontade é de pular, dançar sem passo pré-estabelecido, em pé, sentado, dirigindo, sacudindo a Kombi.
É um som onde o rótulo é o menos importante. O que importa é a alma.
Foto: Rosana Xavier

Só senti falta de uma fogueira, numa das músicas em que eles cantam sentados próximos à Kombi.
Não sei se você gosta de estrada, da sensação de liberdade, de criatividade, de música inventada quase na hora do show, do improviso, da vontade de fazer e fazer. Caso goste viaje no ótimo som do Folk na Kombi.

Ainda há coisas boas sendo feitas além dos anos 80!
Quer saber mais sobre eles? Visite o site http://www.folknakombi.com.br/folk/